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O evento é um espaço de construção da resistência e da luta do Povos de Terreiro.

Nos dias 13 a 16 de junho, Belo Horizonte receberá cerca de 400 lideranças e adeptos de religiões de matriz africana de 27 estados e convidados internacionais de 5 países, para o “Ègbé: eu e o outro” – Encontro Nacional de Povos de Terreiro.

Makota Celinha, uma das organizadoras do evento, conta que o “Ègbé: eu e o outro” é um espaço para debater como resistir a série de ataques coordenados contra os Povos de Terreiro no Brasil e pensar quais as táticas e estratégias de sobrevivência são possíveis construir, considerando o legado ancestral dessa população. “É tarefa nossa pensar e construir. E esse pensar coletivo exigirá de nós muita sabedoria, tranquilidade, unidade e desejo de vitória. O Ègbé é um espaço para pensar que nossa resistência se dará na luta cotidiana em defesa de nossos territórios, de nossas tradições”, afirma. 

A programação do Encontro está repleta de debates que abordarão temas divididos em dois grande eixos. O primeiro eixo trará para o debate as guerreiras da natureza e o papel das mulheres negras como guardiãs da sabedoria, fonte da produção do conhecimento agroecológico e principais mantenedoras da ciência do bem viver e dos laços psíquicos e afetivos que organizam os territórios tradicionais. Terá atenção o extermínio em massa da juventude negra como a face mais cruel e perversa do genocídio do povo negro no Brasil. O segundo eixo aborda a sociedade, os meios de comunicação e o Estado, trazendo para a centralidade do debate a mídia e a luta pela representação simbólica das culturas negras e das religiões de matriz africana, sobretudo no que se refere ao racismo religioso, intolerância religiosa e a laicidade do Estado.

“Somos muito diferentes, somos plurais, continentais, mas há algo que nos unifica, e muito: nossa fé, nossa ancestralidade, nossos terreiros.” Nesse sentido, a construção do encontro culminará na Plenária final onde será lançado um Observatório do racismo e intolerância religiosa que agregue as denúncias e se transforme em um mecanismo de denúncia, mas também uma ferramenta de luta unitária do Povo de Terreiro. 

Além das mesas redondas e debates, todos os dias, à noite, haverá apresentações culturais. Entre as atrações, os artistas mineiros Sérgio Pererê e o Bloco Afro Magia Negra. Durante todo o evento, participantes e convidados terão acesso a uma feira de produtos artesanais e alimentação.

Serviço:
O que: “Ègbé: eu e o outro” – Encontro Nacional de Povos de Terreiros
Local: Sesc Venda Nova – BH
Data: 13 a 16 de junho

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